17 de ago. de 2009

Correr para... ?

Três anos e duas protusões de disco depois, volto aos treinos de corrida. Duas noites por semana dedicadas a arte de correr. Arte de correr?
Colocar um tênis e uma roupa confortável e sair correndo. Claro que o esporte não é simplesmente isso, mas praticá-lo não requer muita habilidade. Basta ser apto (ou seja, nenhum problema de saúde que o impeça), ser dedicado (talvez 'disciplinado' seja a palavra certa), ter alguns reais para investir nos acessórios (tênis, roupas em dry fit, monitor cardíaco - mas isso é ainda beeeeeeem mais barato que os acessórios de tênis, certo?) e ter ou arrumar tempo.
O objetivo é variável: tem gente que corre prá comer, corre prá beber, corre para correr melhor, para superar marcas, para emagrecer, para encontrar os amigos, para dizer que pratica atividade física, para se condicionar para outro esporte. Tem gente que corre prá ganhar dinheiro, tem gente que corre longe, tem gente que quer correr 1000 Km por ano, alguns querem fazer pelo menos uma Maratona na vida, outros desejam correr a São Silvestre. E pessoas que utilizam o tempo do treino para ouvir uma música ou pensar na vida.
Não importa qual é o verdadeiro motivo para correr. O que eu gosto mais na corrida é depender única e exclusivamente de mim: se eu falhei, se amarelei, se desisti, se chorei, se me machuquei, se conquistei, se parei, se andei, se paguei, se superei, se exagerei... o ônus e o bônus é só meu, de mais ninguém. Pensando bem, não é isso não. O ônus eu divido com o plano de saúde e o bônus com quem faz questão de me incentivar, sem esquecer do treinador.

9 de ago. de 2009

Dia dos Pais

Este é o décimo dia dos pais que não compro um presente para o meu. No dia 18 de julho de 1999 eu perdi Rubens Pierri Junior aos 55 anos, vítima de infarto, e muitas outras coisas além disso.
Papai era uma figura rara. Sempre bonachão, sempre despreocupado com as coisas materiais, sempre gastando mais do que ganhava, sempre preferindo torrar uma grana com um jantar em família que pagando uma conta. Tinha tantos amigos que o velório dele pareceu um jogo de final de campeonato. As pessoas se revezavam para entrar na sala onde o corpo era velado.
Não condeno, de forma alguma, o comportamento bon vivant do meu pai. Muito pelo contrário, já que era possível ver que ele era bastante feliz. O amor dos meus pais era bem bonito, com carinhos explícitos após 24 anos de casamento. A relação com a gente também era ótima, nunca passamos fome de comida ou de carinho. Ele era amigo, companheiro, palhaço e bastava olhar um pouco diferente para engolirmos a bronca. Meu pai nunca levantou a mão para os filhos... quer dizer, uma vez ele deu um tapa no meu irmão porque ele quase derrubou meu pai da escada. Fora que meu pai era um galã, lindo, elegante, simpático.
Cada ano que passa a lembrança do meu pai fica um pouco mais longe, é verdade. Mas eu sinto a sua presença todos os dias, às vezes dizendo exatamente que eu tenho que parar de me preocupar com algumas coisas, como ele faria.
Meu pai era um cara muito esperto e justo, amigo de todos, divertido e muito, muito bacana. A única injustiça que ele cometeu foi ter nos deixado tão novo.
Feliz Dia dos Pais!