25 de out. de 2010

Inspiração

Abri o blog com muitas ideias na cabeça. Queria falar sobre um dos temas que têm me feito refletir nesses dias. São vários temas, todos interessantes e com muita coisa para escrever. Um rico material.
Mas então eu faço o login e começo a escrever. Escolho um tema e não passo do primeiro parágrafo. Começo outro e fico achando que está melancólico demais, que não vou conseguir encontrar um desfecho. Ou então decido escrever algo tão pessoal que o alvo das farpas e comentários iria rapidamente se reconhecer. E eu, definitivamente, não quero usar esse espaço para ficar dando indiretas para ninguém.
O fato é que a inspiração se perdeu em algum lugar entre o login e a 'nova postagem'.
Sua ausência foi sentida, mas ela volta em breve.

22 de out. de 2010

O Casamento de Rachel

Kym sai da clínica de reabilitação para comparecer ao casamento da irmã Rachel. A primeira conversa, ainda na clínica, já indica que o filme será intenso. Um drama familiar extremamente complexo, relações estranhas, conversas agressivas. Acusações, insinuações, culpas e amor, amizade, família.
É um filme muito simples. Sem sequências de ações, filmado como um vídeo caseiro, com retrato de um único final de semana. A compensação vem com uma história absolutamente envolvente, tensa, repleta de reviravoltas e diálogos complexos e sinceros.
Kym - O desejo de reparação de quem está presa por uma culpa, descontada no álcool.
Rachel - Desejo de livrar-se de um incômodo, para não atrapalhar o seu casamento.
Abby - Desejo de manter uma pessoa culpada, sem assumir que também erra.
Paul - Desejo de ver uma família unida, sem precisar tomar partido de ninguém.
Sidney - Desejo de se casar com Rachel. Coitado! Cai de paraquedas numa família confusa e ainda consegue ajudar a todos (mesmo que não se dê conta disso).
Anne Hattaway está fantástica como Kym, antes e depois do olho roxo. Um dramalhão com bastante material para reflexão. E agradecimento! Por ter uma família completamente diferente daquela.

18 de out. de 2010

Querido John

Nunca li Nicholas Sparks. Sei que existem clássicos como Um Amor para Recordar e Diário de uma Paixão, mas nunca me interessei pelo autor. Aliás, nem pelos filmes. Acreditei que ver Querido John pudesse me animar para conhecer Sparks, mas ainda não foi dessa vez.
A história tem os elementos básicos de um dramalhão romântico: uma paixão avassaladora, obstáculos, luta por ideais, relações familiares, praia, exército. A mocinha é bem uma mocinha: boazinha, cheia de sonhos, super simpática com todos, muito compreensiva e amorosa. O mocinho é aquele homem durão, que não se dá bem com o pai, que quer servir e lutar pelo país. Eles se conhecem e vivem um amor de verão, puro e bem, mas bem meloso.
O destino, o ideal de guerra, a conclusão da faculdade, o desejo de cuidar dos outros e outros problemas acabam separando o casal, que decide então manter o relacionamento por correspondência.
Todos esses argumentos renderiam lágrimas e sofrimento, se não tivesse sido tão superficial. O filme é simples demais, pouco explorado e entediante. Até vale a sessão da tarde, mas não vale um replay.
De qualquer forma, vou assistir a algum outro filme baseado na obra de Sparks. Mas acho que preciso de um pouco mais de estímulo para começar a ler.

8 de out. de 2010

Comer Rezar Amar

Outro dia estava conversando com meus colegas de trabalho sobre filmes e, dentre algumas coisas, concluímos que viver a vida de outras pessoas, mesmo que seja na ficção, pode nos ajudar. Primeiro porque passamos algumas horas entretidos. Segundo porque, consequentemente, congelamos a nossa vida. E, o principal, sempre ganhamos temas para reflexão, mesmo que o filme não seja tão bom.
Comer Rezar Amar foi o livro que li no Reveillon 2008/2009. Na época eu estava na Praia Grande com a minha família (que brigava comigo por minha fixação no livro). Foi uma leitura agradável, com uma narradora sensível, uma história bacana. Por mais que eu tenha gostado do livro, não mexeu tanto comigo, provavelmente pela fase que eu estava vivendo.
Na expectativa de ver Julia Roberts e Javier Bardem, e debaixo de chuva forte, ontem assisti ao filme. Eu gosto muito de ver os livros que li retratados na telona. Sempre acho que o livro supera o filme, mas a forma como o diretor e os atores o transformam, para mim, é uma expectativa a parte.
A identificação com Liz é instantânea. Seus sentimentos, suas falhas, suas culpas são compartilhadas conosco. Conseguimos compreender o porquê da sua busca, e passamos a viajar com ela.
Na Itália, Liz deixa de lado a culpa pela gula. Comer é um dos maiores prazeres que temos e, na companhia de pessoas felizes, faz com que o evento seja ainda mais gostoso. Ainda juntando seus cacos, Liz já começa a se livrar de alguns fantasmas.
Na Índia, ela se dá conta de coisas como a importância do silêncio, do perdão a si mesma e da disciplina.
Na Indonésia, fechando o ciclo, ela se entrega a um novo amor. Ainda com medo, é verdade. Mas acho que nenhuma mulher em sã consciência dispensaria um Felipe (claro que o Javier Bardem contribui bastante).

Ganhei um soco na boca do estômago, ganhei material para reflexão, ganhei uma vontade enorme de mudar. Ganhei um tempo pra escapar da chuva, ganhei um tempo para congelar a minha vida e viver a de Liz. Ganhei muito mais do que pretendia. E agora tenho um desejo enorme de compartilhar.

5 de out. de 2010

Órfã de Stieg Larsson

Tenho certeza que não serei a única a sentir-se órfã com o fim de A Rainha do Castelo de Ar. Mas Stieg Larsson nos deixou e, infelizmente, não teremos mais o prazer de conhecer uma nova obra.
Os Homens que não Amavam as Mulheres: o primeiro, o que apresenta os personagens, o que tem uma trama central que termina no mesmo livro. Conhecemos Lisbeth Salander e Mikael Blomkvist, entendemos como é o clima na Suécia, o jornalismo investigativo, a mente criativa de uma hacker, a família Vanger e sua formação quase mafiosa. Leitura agradável e com gosto de quero mais.
A Menina que Brincava com Fogo: passamos a mergulhar na essência de Salander. A história é outra e aprendemos a amá-la profundamente, a admirá-la por tudo o que fez e é capaz de fazer atrás da sua fragilidade corporal. Mas a mente de Lisbeth, complexa e apaixonante, nos surpreende em cada trecho do livro. Claro, existe uma parte negativa na narrativa de Larsson: alguns personagens são introduzidos com uma história quase entendiante. Dá vontade de pular, mas você não faz isso por medo de ser um personagem essencial para a trama. A história principal é incrível e não tem absolutamente nada a ver com o primeiro livro.
A Rainha do Castelo de Ar: o clímax e o encerramento da trilogia. Fantástico! Reviravoltas, mortes surpreendentes, você acha que os bonzinhos estão impotentes, você acha que os vilões são invencíveis. E eles te acompanham desde o segundo livro, cada vez mais poderosos.
Você quer devorar o livro, mas não quer chegar ao final tão rápido, já que é o último.
FIM
Ainda atordoada com o encerramento da trilogia, tenho receio de começar um novo livro e achar que o autor nunca será bom como Stieg Larsson. Mas acho, sinceramente, que não deve ter comparação. E se a morte dele, por um lado, nos deixa sem novos livros, por outro nos impede de ficar frustrados. A expectativa seria tanta, que haveria o risco de decepcionar.

4 de out. de 2010

O Último Exorcismo

Com tantos filmes para assistir, como Comer Rezar Amar, tive que ceder à maioria e ver O Último Exorcismo. E todos sabem que eu simplesmente odeio filmes de terror.
Já assisti a alguns do Stephen King, autor que eu curto bastante. Também vi o clássico O Exorcista e gostei da versão do diretor. A Bruxa de Blair foi o último que vi, espontaneamente, e que me causou traumas profundos. Eu não consegui dormir, fiquei realmente apavorada. Nunca vi nenhum dos Jogos Mortais. E não pretendo ver. Bem, acho que expliquei de onde vem meu ódio por filmes de terror.

O Último Exorcismo foi feito em formato documentário. A câmera segue um reverendo pilantra que finge que faz exorcismo para tirar dinheiro das vítimas. Até que esse exorcista recebe um chamado e vai a uma fazenda afastada para conter os supostos ataques demoníacos aos animais, cometidos por sua filha adolescente.
Ok, parei, não vou contar o final.

Continuo odiando filmes de terror. E não vou mais ceder a pedidos e ficar revoltada ao sair do cinema.