5 de out. de 2010

Órfã de Stieg Larsson

Tenho certeza que não serei a única a sentir-se órfã com o fim de A Rainha do Castelo de Ar. Mas Stieg Larsson nos deixou e, infelizmente, não teremos mais o prazer de conhecer uma nova obra.
Os Homens que não Amavam as Mulheres: o primeiro, o que apresenta os personagens, o que tem uma trama central que termina no mesmo livro. Conhecemos Lisbeth Salander e Mikael Blomkvist, entendemos como é o clima na Suécia, o jornalismo investigativo, a mente criativa de uma hacker, a família Vanger e sua formação quase mafiosa. Leitura agradável e com gosto de quero mais.
A Menina que Brincava com Fogo: passamos a mergulhar na essência de Salander. A história é outra e aprendemos a amá-la profundamente, a admirá-la por tudo o que fez e é capaz de fazer atrás da sua fragilidade corporal. Mas a mente de Lisbeth, complexa e apaixonante, nos surpreende em cada trecho do livro. Claro, existe uma parte negativa na narrativa de Larsson: alguns personagens são introduzidos com uma história quase entendiante. Dá vontade de pular, mas você não faz isso por medo de ser um personagem essencial para a trama. A história principal é incrível e não tem absolutamente nada a ver com o primeiro livro.
A Rainha do Castelo de Ar: o clímax e o encerramento da trilogia. Fantástico! Reviravoltas, mortes surpreendentes, você acha que os bonzinhos estão impotentes, você acha que os vilões são invencíveis. E eles te acompanham desde o segundo livro, cada vez mais poderosos.
Você quer devorar o livro, mas não quer chegar ao final tão rápido, já que é o último.
FIM
Ainda atordoada com o encerramento da trilogia, tenho receio de começar um novo livro e achar que o autor nunca será bom como Stieg Larsson. Mas acho, sinceramente, que não deve ter comparação. E se a morte dele, por um lado, nos deixa sem novos livros, por outro nos impede de ficar frustrados. A expectativa seria tanta, que haveria o risco de decepcionar.

Nenhum comentário: