8 de out. de 2010

Comer Rezar Amar

Outro dia estava conversando com meus colegas de trabalho sobre filmes e, dentre algumas coisas, concluímos que viver a vida de outras pessoas, mesmo que seja na ficção, pode nos ajudar. Primeiro porque passamos algumas horas entretidos. Segundo porque, consequentemente, congelamos a nossa vida. E, o principal, sempre ganhamos temas para reflexão, mesmo que o filme não seja tão bom.
Comer Rezar Amar foi o livro que li no Reveillon 2008/2009. Na época eu estava na Praia Grande com a minha família (que brigava comigo por minha fixação no livro). Foi uma leitura agradável, com uma narradora sensível, uma história bacana. Por mais que eu tenha gostado do livro, não mexeu tanto comigo, provavelmente pela fase que eu estava vivendo.
Na expectativa de ver Julia Roberts e Javier Bardem, e debaixo de chuva forte, ontem assisti ao filme. Eu gosto muito de ver os livros que li retratados na telona. Sempre acho que o livro supera o filme, mas a forma como o diretor e os atores o transformam, para mim, é uma expectativa a parte.
A identificação com Liz é instantânea. Seus sentimentos, suas falhas, suas culpas são compartilhadas conosco. Conseguimos compreender o porquê da sua busca, e passamos a viajar com ela.
Na Itália, Liz deixa de lado a culpa pela gula. Comer é um dos maiores prazeres que temos e, na companhia de pessoas felizes, faz com que o evento seja ainda mais gostoso. Ainda juntando seus cacos, Liz já começa a se livrar de alguns fantasmas.
Na Índia, ela se dá conta de coisas como a importância do silêncio, do perdão a si mesma e da disciplina.
Na Indonésia, fechando o ciclo, ela se entrega a um novo amor. Ainda com medo, é verdade. Mas acho que nenhuma mulher em sã consciência dispensaria um Felipe (claro que o Javier Bardem contribui bastante).

Ganhei um soco na boca do estômago, ganhei material para reflexão, ganhei uma vontade enorme de mudar. Ganhei um tempo pra escapar da chuva, ganhei um tempo para congelar a minha vida e viver a de Liz. Ganhei muito mais do que pretendia. E agora tenho um desejo enorme de compartilhar.

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