11 de ago. de 2010

A Montanha Russa

Faz algum tempo que eu ouvi (ou li) a expressão 'montanha russa emocional'. Desnecessário explicar o seu significado, certo? Mas o fato é que nos últimos dias eu tenho vivido isso tão intensamente que acabei lembrando dessa pérola.
Viver numa montanha russa não é ruim. Nem bom. É apenas uma das formas de se viver. Obviamente existem pessoas que preferem as coisas em velocidade de cruzeiro. Mas estar numa montanha russa pode trazer aprendizados muito mais rápidos. As sensações de frio na barriga, ansiedade, medo e alívio aparecem muitas vezes inesperadamente. Você geralmente não conhece os pontos de subida, como será a descida, se há alguma curva, um loop, um tempo de ponta-cabeça. Você se deixa levar e, em dado momento, acaba se dando conta de onde está, mas ainda sem saber o que vem pela frente.
É uma surpresa atrás de outra. É uma mistura de trancos, sacudidas, solavancos e tudo numa grande velocidade. Às vezes você acha que foi rápido demais, nem viu o tempo passar e não curtiu o momento. Em outras vezes você acredita que o fim da brincadeira demorou demais pra chegar.
No fundo, você sabe que o carrinho vai parar num local seguro e que você vai sair com aquela cara de 'morri de medo, mas valeu a pena'. Porém, enquanto você está ali no carrinho, acha que seu coração vai saltar pela boca, que você vai morrer de susto, que vai despencar das alturas.
Viver assim é emocionante demais e chega um momento onde você deseja, realmente, descer. A brincadeira, pra você, não tem mais graça.
E então, você respira fundo e passa a preferir a roda gigante: previsível, estável, onde você é capaz de curtir a vista, de aproveitar o instante e de pedir pra descer quanto bem quiser.
E na maioria das vezes você enjoa logo da roda gigante. E volta para a montanha russa.

3 comentários:

Unknown disse...

Adorei Karla!!!

Unknown disse...

Toda vez que vejo o seu Blog, absorvo algo de interessante em minha vida. Parabéns!!

Unknown disse...

Obrigada, querido. Você é o meu leitor favorito!