20 de mar. de 2010

O acaso e as previsões

Terminei O Andar do Bêbado, de Leonard Mlodinow. O livro conta toda a história da probabilidade e da estatística, cheio de curiosidades e casos, além de cálculos simples que nos ajudam a entender todas as Teorias e Leis descritas.
Mas o melhor capítulo, também chamado O Andar do Bêbado, traz uma argumentação do autor sobre a aleatoriedade nas nossas vidas e de como não sabemos lidar com ela. Além disso, mostra por que não devemos acreditar em previsões.
Os humanos não conseguem se conformar com o acaso. Sempre buscam padrões de comportamento para conseguir prever o futuro com base nos acontecimentos. É muito fácil fazer isso com os fatos passados. Mas com o futuro? Essa é a grande pergunta de Mlodinow (e talvez de toda a humanidade).
É simples a gente olhar para um acontecimento passado e pensar: eu poderia ter previsto isso! Haviam muitos sinais e eu deixei de vê-los! E este sinais, se fossem isolados, também não significariam muita coisa.
Você está atrasado e, antes de sair, derruba café na blusa. Vai trocá-la e sai ainda mais tarde de casa. Você encontra uma pessoa especial no metrô e acha que o destino fez com que você se atrasasse. Bem, se você não encontrasse ninguém, seria mais um dia de bronca do chefe. E só.
O que quero dizer é que muitas coisas acontecem o tempo todo em nossas vidas. Se alguma delas muda o rumo da nossa história, tendemos a acreditar que foi o destino. Acreditamos em coincidências, deduzimos uma continuidade para as histórias e geramos muitas crenças com base em dados do passado e do presente, sem nenhuma lógica ou padrão real de comportamento. Sim, nós acreditamos em ilusões propostas pelo nosso cérebro, incapaz de aceitar que eventos aleatórios são extremamente comuns e geralmente guiam nossos caminhos, como o Andar do Bêbado.
Recomendo a leitura deste livro por muitas razões: para saber como os físicos, matemáticos e filósofos construíram todas as Teorias de Probabilidades, Cálculos e da Estatística. Para conhecer algumas aplicações práticas destas teorias. Para testar sua habilidades com os números e para medir seu comportamento diante de eventos aleatórios. Mas a maior contribuição do livro é realmente a pergunta: podemos prever o futuro?

Nota: para chegar a este livro, tive que lidar com algumas coincidências. Claro, não representariam nada se fossem isoladas e se eu não tivesse encontrado o livro. Mas, dado que isso aconteceu, acredito que as coincidências realmente me levaram a isso. Ou não.

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