15 de abr. de 2010

O morro dos ventos uivantes

Acredito que todos que leram a série Crepúsculo, e não haviam lido O Morro dos Ventos Uivantes, tiveram a curiosidade de procurar o livro de Emily Brontë. Pelo menos foi isso que eu fiz.
Estou na metade do livro e, confesso, esperava uma linda história de amor. Eu tinha a sensação de que seria algo parecido com os livros de Jane Austen. E logo nas primeiras páginas eu descobri que encontraria muitas diferenças entre O Morro e Orgulho e Preconceito, por exemplo.
Na contracapa, aquele lugarzinho que te instiga a ler ou não o livro, está escrito "uma história de amor avassaladora". Espera-se com isso que o casal principal seja amável, que o vilão seja bem maldoso e que os criados sofram todo o preconceito dos patrões. Espera-se, como em Razão e Sensibilidade, que os irmãos sejam unidos, queridos, que o forasteiro seja um motivo para curiosidades, conversas de salão, e que tenha uma personalidade, no mínimo, forte.
Mas O Morro dos Ventos Uivantes não é nada disso. Trata-se de um livro com personagens bizarros, insanos, totalmente descontrolados. Criados beatos que praguejam o tempo inteiro, além de forçarem os patrões e ouvir intermináveis ladainhas. Uma mocinha temperamental quando criança, que se transformou numa louca varrida. Um forasteiro, teoricamente o mocinho, insensível, bruto e extremamente grosso. Quem deveria ser o vilão é um banana.
Estou na metade do livro e confesso que não está me agradando. Vou terminá-lo, claro, porque ainda não perdi a esperança de encontrar uma história de amor, como prometido. Mas, sinceramente, tenho me sentido mal com os diálogos. Acho que jamais li algo com tanta rudeza, desequilíbrio, ofensas.
Se essa é uma das mais lidas histórias românticas de todos os tempos, chego a me questionar se a tradução está ruim. Ou se o amor, para Emily Brontë, significa desrespeito mesmo. Neste caso, fico com Jane Austen. Em 2010, acredito, o amor ainda existe e está longe de ser essa loucura relatada em O Morro dos Ventos Uivantes.
Viva o amor!

2 comentários:

Anne e Marcus disse...

O Morro dos Ventos Uivantes é uma história de amor sim... mas é o amor duro, não romanceado e fantaseado! Bruto e insano, assim como a vida das irmãs Brontë!!!

Unknown disse...

Karlinha... sou mais "Wuthering Heights" interpretada pela banda ANGRA!